Saavedra Valentim

Manifestações da alma

Textos


QUIMERA
Esse amor, que ao tempo não suportou!
Eu a esperei com aquela dor comum aos saudosos.
Seu atraso, sem uma palavra, sem um adeus, me afrontou!
Quis me magoar, me subjugar; sentimentos maldosos.
 
Contei minutos, horas, dias e noites até. Findou o prazo da espera.
Até o universo conspirou para um reencontro apoteótico,
Mas seu orgulho e vaidade impediram o final que eu quisera.
E hoje vivo sem rumo, a vagar por esse meu mundo caótico.
 
Navego por um rio manso, a me conduzir não sei aonde.
Deixo a correnteza me levar, cansado, sem me preocupar com o final.
Um dia, sem que eu mesmo queira, encontrarei o meu par, afinal.
Direi a ela: aqui jaz um coração mortificado em vida, a novas ilusões não responde.
 
Se merecer o meu mais puro sentimento, nobre serei,
Já vacinado a grandes decepções, novamente me entregarei.
Mas, se estiver com intenções outras, que não unir nossas almas,
Eu a abandono, sem piedade, sem culpa e voltarei para as águas calmas.
 
Estranho! Estou indiferente, nada é como antes, pudera!
Relações que se findaram, arrogâncias selaram o meu destino,
Sem culpa, confesso, aprendi a viver sem sofrer, sem desatino,
Pois descobri, ainda em tempo: o amor, como o sonhei, é pura quimera!
Saavedra Valentim
Enviado por Saavedra Valentim em 15/08/2011
Alterado em 03/09/2020
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