Saavedra Valentim

Manifestações da alma

Textos


ALMA LIBERTA


Oh! minh’alma liberta, voa por esse espaço infinito,

Tal  infinito é o amor que carrega.

Hoje, pode refazer toda a sua história, sem conflito,

livre desse terrível desterro, escravizada, enquanto cega.

 

Voa minh’alma para além de mim, que sou fraco, imaturo;

Despe-se do meu ódio, meu desespero, meus rancores,

Romper com o meu passado, ousar no futuro.

Esquecer tudo lá trás, as tristezas, os dissabores.

 

Voa minh’alma, vá viver sua liberdade,  sem se magoar,

Voa tão alto quanto possível seja, alcance o condor.

Talvez seja difícil, pra quem sempre cativo, o hino da liberdade entoar,

Mas outra alma há de encontrar, que não irá atormentá-la, causar-lhe dor.

 

Voa minh’alma para além desse mundo de horrores, para muito além dela.

Não se entregue mais ao sofrimento desnecessário,  vença a batalha final.

Que  ela possa assistir ao seu triunfo; verá que sua alma não é tão bela!

Não se angustie, não se aprisione mais, o laço foi rompido, afinal!

 

Voa minh’alma pura, para além dela,  em busca da paz.

Para se sublimar,enlevar-se, saboreia a sua vitória;

Tenha coragem, sobrepuja esse inimigo contumaz,

Viva o hoje, o amanhã,  pois, ontem,  seria uma luta inglória!

 

Voa minh’alma, voa! Mas agora, sem a alma dela.

Persiste,  não se renda às vicissitudes da existência;

Cabe-lhe o direito de outras almas invadir, sem querela,

Com suavidade e ternura, sem norma ou exigência.

 

Voa minh’alma, voa! Mas agora, com nova alma.

Ofereça-lhe  amor, compaixão, carinho e solidariedade.

Goze o esplendor da suavidade da vida, de uma ternura calma,

Mas não se curve mais a paixões descabidas, impiedosas, à maldade!

 

Voe minh’alma, com todos os pecados remidos!

Tal uma Fenix, ressurja das cinzas, rearrume a vida.

Angústia, solidão, tristezas, serão palavras sem sentidos,

Cujos sentimentos não mais a afetarão. Foi curada a ferida.
 

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Imagem: HTTP://ceuestrelado.blogs.sapo.pt
Música: Tasngo Olé Guapa, de 
Arie Maasland, com André Rieu.

Saavedra Valentim
Enviado por Saavedra Valentim em 17/05/2008
Alterado em 02/09/2020
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