FILHOS DO MEDO
Medo! Consciência do perigo!
Sentimento inato, estado de alerta,
Adrenalina a correr nas veias. Fatigo.
Respiração curta, audível, o peito aperta.
O mundo, já não é mais um lugar seguro,
Horror, apreensão, ansiedade irracional!
Cada pessoa é um inimigo em potencial. Desconjuro!
Sonhos ruins povoam meu sono. Mau sinal!
Quando o véu da noite cobre a cidade,
Vejo um fantasma em cada esquina,
Um bandido, no seu maior grau de maldade.
Monstros, um dia humanos, hoje seres em ruína.
Nas sombras das vielas e becos nas noites caladas,
Um ser malévolo, cruel habita, nos assombrando.
Com olhos vermelhos, dentes enormes e unhas afiadas,
Devora crianças e adultos, em sonhos agitados, nos medrando.
Angústia, solidão, sentimentos que a noite instiga.
Ativamos todos os males e monstros que pela vida criamos,
Incrustados em nossa mente dominada pelo medo, que nos castiga.
Submissos, presas de nossas próprias armadilhas nos tornamos.
O silêncio, o escuro, sentimos um perigo a cada esquina.
Fantasias? Não, ele é real, um conto de terror,
Faz parte de nossas experiências, a vida nos ensina,
Está no nosso gene, somos salvos pelo temor!
Assim, criamos uma vida à mercê do medo,
A que somos submetidos desde cedo,
Pelas estórias, pelas notícias, pelos pais,
E inseguros seguimos a jornada! Cura? Jamais!
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Imagem: http://www.shutterstock.com/s/fear/search.html
Música : Sonada Allegro em dó menor - Franz Schubert