EMOÇÕES
Como o mar, ora agitado, ora calmo, minhas emoções vêm em ondas.
E nenhuma é igual à anterior, pois tal uma digital, são únicas.
Às vezes começam pequenas, passando para uma vaga intensa,
Estourando numa rebentação ruidosa, espumante, frenética,
Até morrer na calmaria de uma areia branca, límpida, ofuscante,
Deixando sua marca delével, desenhos sinuosos, breves, até a próxima onda.
Embora eclodam viris, vigorosas, a maioria passa sem deixar estragos.
Mas existe o risco de tempestades, que abalam nossas estruturas.
Outras vezes surgem redemoinhos que nos sugam para o fundo, afogando-nos,
Sufocando-nos, como uma morte esperada; profusão de sombras,
Reflexos distorcidos, sentimentos difusos da alma, sem alvo nem direção!
Nestes momentos, clamo a ti, oh! Afrodite impiedosa resgata-me,
Conduz-me às águas calmas, sem turbulências, sem sofrimentos.
Trago cicatrizes mal formadas, feridas abertas, dores de infortúnios,
Fruto de amores inacabados, mal resolvidos, incompletos.
Sou ondas inevitáveis, tsunamis imprevisíveis, paz inatingível!
Amores... Paixões... Como definir?
Coisas de poeta!